Um certo dia, enquanto lia o livro ‘Sublime Vazio’ do Osho, senti-me leve e feliz. Então, de repente, senti certa apreensão, como se alguém estivesse sequestrando meus pensamentos e sentimentos.
Na verdade, o que estava ocorrendo era um processo de esquiva experiencial. Naquele momento da minha vida, eu estava me tornando mais íntima de uma pessoa que havia se tornado importante para mim, e meu corpo enviava alertas de ‘perigo’, como se algo ruim estivesse prestes a acontecer.
Quem nunca se decepcionou em relações, se entristeceu ou se machucou? Nós experimentamos ansiedade como um sinal de perigo iminente, porém a ansiedade não é perigosa em si. É o nosso corpo reagindo a algo no presente, como se fosse algo do passado que experimentamos como perigoso ou aversivo.
A ansiedade é uma espécie de medo. O medo é uma reação a um objeto que nos ameaça. No entanto, durante um estado ansioso, a pessoa não é confrontada com um objeto ameaçador real. Assim, nós diríamos que o alguém estava “com medo de que ocorresse outra decepção”, mesmo que uma decepção seja incerta, mas isso é diferente de estar “com medo de me envolver” porque outra decepção é iminente.
Todos nós trazemos medo e inseguranças para dentro dos nossos relacionamentos. Nós muitas vezes permanecemos ignorantes dos nossos medos, empurramos nossos medos, negamos, porque acreditamos que ter medo seja errado, um sinal de fraqueza.
Entretanto, o primeiro passo para superarmos os nossos medos é estarmos dispostos a encará-los. Deixar de enfrentar nossos medos, se esquivando da dor e de experiências desagradáveis, impede o nosso aprendizado, e a oportunidade de experienciarmos novas sensações. Abrir-se para a dor e o medo é a única maneira que nós temos para aprender o que eles têm para nos ensinar.
Não deixe que experiências desagradáveis de curto prazo fiquem no caminho, e na busca do seu objetivo a longo prazo. “Sermos donos da nossa história pode ser duro, mas nunca tão difícil quanto passarmos a nossa vida a fugir dela. Abraçar as nossas vulnerabilidades é arriscado, mas não tão perigoso quanto desistir do amor, do pertencimento e da alegria – as experiências que nos tornam mais vulneráveis. Só quando somos suficientemente corajosos para explorar a nossa escuridão, descobrimos o poder infinito da nossa luz.” (Brené Brown, em A Coragem de Ser Imperfeito).
Esse é um texto informativo e não tem o objetivo de esgotar o assunto ou substituir consulta por um profissional especializado. Caso você se identifique com o texto, sugiro procurar a ajuda de um profissional que tenha conhecimentos teóricos e experiência prática na área.
Texto de autoria da Psicóloga e Professora Priscila Rolim
Copyright Ms. Priscila Rolim, 2022
A ansiedade às vezes me ronda ainda. Encarar nossos medos, é uma eterna conquista. Parabéns Priscila.
Gostei muito do texto e me fez refletir sobre nossa zona de conforto; de como muitas vezes assumimos um estado infeliz, mas reconhecível e passível, averso a qualquer tipo de esforço; em lugar de encarar os desafios com um olhar confiante no futuro. Adorei a frase final “Só quando somos suficientemente corajosos para explorar a nossa escuridão, descobrimos o poder infinito da nossa luz.”
Abrs,
Fran
Muito bom…gostei! Já sofri de ansiedade, e às vezes ela ainda insiste em bater na minha porta, hoje já me sinto menos pressionado pelas “expectativas” do futuro…
Dra., obrigada por dividir aqui seus ensinamentos! Suas palavras tornam a vida e a rotina muito mais leves e agradáveis!
Parabéns Priscila!! Super tocante esse texto, sem contar a frase de Brené Brown, uma escritora a qual aprendi contigo a ler e absorver os ensinamentos!! Super mesmo!
“Abrir-se para a dor e o medo é a única maneira que nós temos para aprender o que eles têm para nos ensinar.” Muito forte e tocante! Um abraço
Amo mto seu site, sempre renovando com coisas super interessantes e que tocam!