Muitos casais procuram a terapia relatando a sensação de estarem presos aos mesmos conflitos, apesar de esforços genuínos para melhorar a relação. Discussões que se repetem, afastamentos silenciosos ou ciclos de aproximação e rejeição costumam gerar desgaste emocional e sensação de impotência.
Em muitos desses casos, o que está em jogo não é falta de amor, mas padrões relacionais aprendidos, conhecidos como estilos de apego.
Os estilos de apego dizem respeito à forma como aprendemos, ao longo da vida, a nos vincular emocionalmente, lidar com proximidade, distância, conflito e pedido de apoio. Esses padrões se formam nas primeiras relações significativas e tendem a se manifestar com mais intensidade nos relacionamentos íntimos da vida adulta — especialmente nas relações conjugais.
De maneira geral, descrevemos quatro padrões principais:
Na dinâmica do casal, esses estilos podem se combinar de formas que geram sofrimento, como:
Esses movimentos costumam ser estratégias de proteção emocional, e não falhas de caráter ou desinteresse pelo outro.
A terapia de casal oferece um espaço estruturado e seguro para que o casal possa:
Mais do que “resolver conflitos”, o processo terapêutico ajuda o casal a dar sentido ao que acontece entre eles, criando novas possibilidades de vínculo.
É importante ressaltar que estilos de apego não definem quem a pessoa é. Eles descrevem padrões aprendidos, moldados por experiências anteriores — e padrões podem ser transformados. Relações cuidadosas e o trabalho terapêutico podem se tornar espaços de mudança, crescimento e reparação emocional.
A terapia de casal, nesse sentido, não é apenas um recurso para momentos de crise, mas também uma oportunidade de aprofundar o vínculo e construir relações mais conscientes e seguras.
Copyright Ms. Priscila Rolim, 2022